A deputada que esta subscreve vem, na forma do disposto no Regimento Interno desta Casa, manifestar as nossas mais sinceras e jubilares CONGRATULAÇÕES para com o povo de CAETITÉ, à Diocese e familiares do Monsenhor OSVALDO PEREIRA DE MAGALHÃES, MOSENHOR VAVÁ, pela memorável passagem do CENTENÁRIO de seu nascimento que ocorrerá em 24 de dezembro de 2015.
Nascido ainda na pequenina cidade de Caetité em 1915, Padre Vavá fez história e nela ficará definitivamente. Em sua cidadezinha de onde nunca saiu, a não ser para fazer o bem, viu de sua janela na Praça da Catedral, a transformação de uma cidade pequenina para uma cidade pujante e desenvolvida. Quando ali deu seus primeiros passos, a nossa Caetité não passava de uma Vilazinha no longínquo Sertão da Bahia.
Nascido numa família pobre, filho de Antônio Pereira de Magalhães e Júlia Magalhães, o Monsenhor Osvaldo juntamente com seu único irmão Oscar Magalhães, ficaram órfãos muito cedo, sendo criados pela avó e pela tia Calú.
Mais circunspecto do que seu irmão Oscar, ainda na adolescência, Osvaldo já demonstrava sua vocação sacerdotal. Conta sua família, mais precisamente sua sobrinha Bárbara Pereira de Souza que desde muito novo já brincava de missa e de ser padre.
Aliás, cabe aqui ressaltar que Bárbara tem mantido, numa página das redes sociais, a memória de sua família, contanto histórias e fazendo com esses contos fiquem para a posteridade.
Na esteira de sua vocação, Osvaldo Pereira Magalhães, ainda sem carreira definida, vem a ser convidado pelo então bispo Dom Juvêncio, em 1931, para ingressar no seminário. Quando em 23 de março de 1941, o seminarista Osvaldo Magalhães se ordena padre.
Foram mais de 70 anos evangelizando e ajudando os que mais precisam. Já com quase 98 anos, debilitado e cego, ainda conseguia manter seu trabalho. Padre Osvaldo foi uma história viva de Caetité. Além da missão sacerdotal, atendia comumente estudantes e professores que a ele recorriam para trabalhos acadêmicos e literários.
Recentemente a professora Silvia Ysnar lançou o livro "VIDA DE HOMEM, VIDA RELIGIOSA: MONSENHOR OSVALDO P. DE MAGALHÃES". Nesse livro transcrevemos passagem interessante: "Era um "molequim" pobre (...) chinelo no pé. A gente às vezes fazia amizade com esse "povo grande". (...) a escola era pouca. Na escola a gente fazia amizade. Eu fui um menino pobre que entrei na casa de todo mundo".
No prefácio desse livro, muito bem escrito pelo professor e advogado caetiteense, Fabiano Cotrim, é feito uma bela retrospectiva do que era Monsenhor Osvaldo:
"Monsenhor Osvaldo é um pastor-vaqueiro, guardador de almas que se encontram em locais distantes, espalhadas pelos vastos campos do sertão baiano. Sem medir distância nem temer obstáculos, em tempos outros, mais difíceis por certo, lá estava ele, no interior do território de Caetité, na mais afastada capela, em qualquer lugar onde o seu povo, seu rebanho, dele precisasse. Quantos foram os batizados, quantos foram os casamentos, as exéquias... O hábito circunspeto, o rosto afável, o chapéu largo, o coração enorme. A sua figura ainda desfila no imaginário de muito dos habitantes de Caetíté. Um pastor e um vaqueiro, um padre, uma entidade..."
Com essas palavras do professor Fabiano, encerro nossa pequena homenagem a esse grande ser humano chamado Osvaldo Magalhães, o nosso Padre Vavá.
Dê-se ciência desta Moção à Prefeitura Municipal de Caetité, à Câmara Municipal de Vereadores, à Diocese de Caetité, à Academia Caetiteense de Letras, à Rádio Educadora Santana de Caetité.
Sala das Sessões, 23 de dezembro de 2015
Deputada Ivana Bastos
